Com o objetivo de preservar a saúde
das crianças que frequentam as pracinhas públicas com brinquedos de Santa
Maria, o projeto de lei da vereadora Anita costa Beber (PR) visa proibir a
circulação de cães com seus condutores nesses locais.
O
assunto gera polêmica e por enquanto o projeto não foi aprovado - acho difícil
que seja. Como mãe, frequento pracinhas. Concordo que crianças brincarem na
mesma areia que os animais fazem suas necessidades é desagradável, mas o que me
preocupa é a segurança das pessoas.
Nas
pracinhas, é comum que cães de grande porte e considerados perigosos sejam conduzidos
sem os materiais de segurança necessários. Confesso que ao vê-los se aproximarem,
dou um jeito de sair do local. Sei que já existe lei pra isso, mas é ignorada
por muitos proprietários de cães.
O
projeto da vereadora Anita inclui a problemática dos cães perigosos passearem
livremente. Se um cão pode atacar seu próprio dono, quem garante que não
atacará pessoas estranhas? Há casos de crianças serem apenas machucadas por
cães, mas também há situações de ataques caninos que levaram ao óbito.
Portanto, acho o projeto da vereadora pertinente.
Quem deseja ter animais
de estimação, deve preparar espaço para criá-los com liberdade, e que não
ofereçam riscos às pessoas. Há quem não goste de cães, mas gostam de pracinhas.
Há outros que gostam os animaizinhos, mas sentem medo. Essas pessoas devem
também ser respeitadas.
Por outro lado, sou
contra a criação de animais criados em correntes 24 horas por dia. Penso que
isso é crueldade pura. Um canil espaçoso, limpo e seguro deve ser prioridade
para criadores de cães.
Desde o dia 19 de
outubro, quando ativistas entraram no Instituo Royal para resgatar os beagles, as polêmicas com os cães têm
crescido e a sociedade começa a questionar até onde vão os direitos dos animais
e as responsabilidades de seus donos.
Quero
dizer, como cidadã, que os dois assuntos, tanto a experiência científica com
cães, como o direito deles de passearem em praças públicas representam uma
demanda social e devem ser resolvidos de maneira séria e não apenas esperar a
polêmica esfriar para ignorar a situação.
As
pessoas acham razoável criticar os cientistas e o projeto da vereadora.
“Libertem os beagles. Deixem os
cachorrinhos passearem na praça”, é o grito dos defensores dos animais. Porém,
não esqueçamos que nosso direito termina quando começa o direito do outro.
Luisa Neves
Acadêmica de
Jornalismo – Centro Universitário Franciscano
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