Desde a madrugada do dia 19 em que ativistas
invadiram o Instituto Royal, em São Roque, São Paulo, para resgatar os 178 beagles, as opiniões se dividem a respeito
de testes com animais.
De um lado, os defensores dos
cachorrinhos dizem que há métodos substitutivos para fazer os experimentos. De
outro, os cientistas insistem que é impossível fazer ciência sem o uso de
cobaias.
Todo método que use de crueldade para
qualquer ser vivo, não justifica a causa, ainda que seja em benefício da saúde
humana. Existem outras maneiras de testar medicações e cosméticos: métodos
matemáticos e computacionais. Se um algoritmo daria conta de prever os efeitos
de uma droga no organismo canino, por que os institutos de pesquisa insistem em
causar sofrimento nos cães?
Penso que não podemos ser hipócritas.
Será que fora dos laboratórios tratamos os animais com a consideração que
merecem? Ao fazer o uso deles em rodeios, circos e para outros fins lucrativos,
como o comércio desenfreado de filhotes na internet,
também não os estamos explorando?
A sociedade deve exigir
esclarecimento dos cientistas. Concordo que testes precisam ser feitos em
cobaias, mas somente se não houver outra opção. Por outro lado, o que os
ativistas pretendem fazer como os cães? Terão como dar abrigo e sustento a
eles? Ou toda a ação foi baseada apenas em boas intenções? Aproveitamos a deixa para refletir sobre todas
as formas de exploração dos animais.
Luisa Neves
Nenhum comentário:
Postar um comentário