quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Jornal do Almoço

           Hoje, na hora do almoço, assistia o noticiário, como de costume. Enquanto insistia para o meu caçula comer as últimas garfadas, tarefa árdua, pois os meninos de seis anos dizem que não precisam de comida, passavam no jornal os fatos importantes do dia. Entre acidentes, prêmios, cidadania, agenda cultural, etc., seguia o rumo do JA.

            A seguinte manchete fez com que o alimento perdesse o sabor. “Bebê recém-nascido é abandonado nesta madrugada.” Na hora questionei ser esta uma das noites mais frias do ano. Na hora lamentei ao saber que a menina ainda estava com o cordão umbilical. No mesmo instante quis chorar. Afinal, por quê?
            Porém, no mesmo dia, leio no diário a história de dois meninos que perderam a mãe, vítima de câncer, ainda pequenos. Alegro-me com a informação de que a nova mãe, escolhida por eles, teve o direito de colocar o nome dela em suas certidões de nascimento.

            Quem disse que o amor está apenas nos laços sanguíneos? Onde está escrito que há limites genéticos para o amor? Como pode uma mãe abandonar ao relento um filho indefeso que acaba de parir? Como pode outra “mãe”, abrir mão da individualidade e liberdade para aquecer em sua casa e coração dois meninos, filhos de “outra”? Quem é mais mãe? Quem é mais filho?

            Não poderia deixar de citar as Escrituras. Deus fala que somos filhos por adoção. Ele nos amou, escolheu e nos separou para ele. Além disso, acrescenta que não há diferenças entre seus filhos, quer judeus, quer gregos, quer brasileiros. Somos seus filhos, herdeiros legítimos de suas promessas.

            Infelizmente, não é possível obrigar as mães a não abandonarem seus filhos recém-nascidos, o que para mim é tentativa de assassinato, pois há tantas pessoas que podem ajudar, acolher, adotar. Não quero nem posso condenar ninguém, mas não consigo compreender.

            Fica a mensagem do dia: Há muitos filhos para serem acolhidos. Há muito amor para repartir com quem não tem. Às vezes insistimos em conquistas tão perecíveis que não enxergamos a necessidade alheia. Parabenizo a família de São Francisco de Assis! Torço pela menina de Nova Santa Rita. É isso!
           



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