quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Apagar e fazer de novo. Por que não?


A gente aprende cedo que desistir é feio. Que não se pode retroceder. Desistir é covardia. Aconteça o que acontecer na caminhada, não se pode parar. Pois bem. Se perguntarmos aqui o que faríamos se pudéssemos voltar um pouco no tempo e reviver situações antigas, o que faríamos? 

O que hoje diríamos diante de situações nas quais poderíamos ter feito diferente? Será que aproveitaríamos melhor viagens, passeios e a companhia das pessoas que estão longe ou que já se foram?

Pois é. Poderíamos falar muito a esse respeito. Teríamos lindas e poderosas reflexões que nos fariam crescer e olhar as situações de hoje de maneira diferente. Mas quero deter-me em outro ponto. Já que não podemos voltar no tempo, tampouco atrasar o relógio, não podemos desistir de algumas coisas hoje mesmo e fazê-las diferente? Pelo menos algumas? Uma pequena dose de covardia, ou melhor, de coragem para voltar atrás, pode ser um alívio mais adiante.


Não é segredo para ninguém o quanto não sou adepta dos cálculos e das exatas. Mesmo assim, tenho a Matemática como uma professora de vida. Afinal, sei bem o quanto apagar um cálculo que está dando errado é necessário para poder acertar no final. A gente apaga, apaga, apaga e faz tudo de novo. Ou seja, a conta tem que fechar. Não tem jeito.

Só que nas situações da vida (que são inexatas, diga-se de passagem), a gente insiste, entrega a conta feita e depois só tem que lidar com as consequências. Só que neste caso, a reprovação pode ser dolorida. 

Tá. Eu também digo que não vou desistir, que a vitória vem depois da luta, que precisamos persistir porque tudo se ajeita. Só que hoje, especificamente neste manhã, abri um livro que elucidou esta questão para mim.

"Todos nós desejamos progredir. Mas o progresso significa chegar mais perto de onde você deseja estar, contudo, se você tomou um atalho errado, então seguir em frente não vai levá-lo mais perto. Se você estiver no caminho errado, o progresso significará dar meia volta e retornar ao caminho certo; e nesse caso, a pessoa que voltar atrás mais rápido também será a mais progressista". C. S. Lewis, no Cristianismo Puro e Simples, p. 59-60


Então... Se há sofrimento, decepções e mais dor do que edificação, pode ser uma sinal de que precisamos encontrar uma maneira de voltar e recomeçar. Pode ser um sinal errado. O tal do mais (+) com o menos (-), um número, um detalhe apenas. Que tal hoje, apagar e escrever tudo de novo?

Olha só. Só não pode retroceder da fé. Por que sem essa, a reprovação é certa e a vida perde o sentido.

 "Mas o justo viverá pela fé! Contudo, se retroceder, minha alma não se agradará dele". (Hebreus 10.38) 😉

Luisa Neves, entre livros e chimarrão

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